Noticia
Galeria com imagens e vídeos sobre a matéria
A primavera se despede de Lençóis com uma programação especial preparada para o próximo sábado (17), quando homenageia os 146 anos do lençoense Afrânio Peixoto; e domingo (18), quando celebrará os 166 anos de emancipação política da cidade.
As comemorações incluem programação com alvorada e missa solene; apresentações culturais do grupo de Capoeira Corda Bamba e da Phylarmônica Lyra Popular de Lençóis e shows de Nelson Rufino, Gerônimo Santana e Banda Mont Serrat; além da participação dos artistas locais: Ricardo Boa Sorte e Família Moura Jorge.
O evento será realizado pela Prefeitura de Lençóis, através da Secretaria Municipal de Cultura e tem patrocínio do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria Estadual de Cultura e Bahiatursa.
Confira abaixo a programação completa:
Dia 17/12 - 146 ANOS DO NASCIMENTO DE AFRÂNIO PEIXOTO
SHOW
21h – Ricardo Boa Sorte
23h – Gerônimo Santana e Banda Mont Serrat
Local: Mercado Cultural
====================================================
Dia 18/12 - 166 ANOS DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DE LENÇÓIS
05h – Alvorada
Local: Saindo do Teatro Arena
10h – Missa Solene
Local: Igreja do Rosário
19h- Roda da Capoeira Corda Bamba
19:30h- Apresentação da Phylarmônica Lyra Popular de Lençóis
Local: Mercado Cultural
SHOW
20h - Família Moura Jorge
22h - Nelson Rufino
Local: Mercado Cultural
Sobre Afrânio Peixoto: nasceu em Lençóis em 17 de dezembro de 1876. Foi médico legista, político, professor, crítico, ensaísta, romancista, historiador literário, e foi o terceiro ocupante da Cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras.
Criado no interior da Bahia, cujos cenários constituem a situação de muitos dos seus romances, sua formação intelectual se fez em Salvador, onde se diplomou em Medicina, em 1897, como aluno laureado. Sua tese inaugural, Epilepsia e crime, despertou grande interesse nos meios científicos do país e do exterior. Em 1902, a chamado de Juliano Moreira, mudou-se para o Rio, onde foi inspetor de Saúde Pública (1902) e Diretor do Hospital Nacional de Alienados (1904). Após concurso, foi nomeado professor de Medicina Legal da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (1907) e assumiu os cargos de professor extraordinário da Faculdade de Medicina (1911); diretor da Escola Normal do Rio de Janeiro (1915); diretor da Instrução Pública do Distrito Federal (1916); deputado federal pela Bahia (1924-1930); professor de História da Educação do Instituto de Educação do Rio de Janeiro (1932). Foi Reitor da Universidade do Distrito Federal, em 1935. Após 40 anos de relevantes serviços à formação das novas gerações de seu país, aposentou-se.
Lençóis,166 Anos de Emancipação Política:
O povoamento inicial em Lençóis ocorreu em 1844, nas margens do Rio São João, por criadores de gado. Estes adquiriram terras que haviam integrado o vasto território que originalmente foi doado pela Coroa portuguesa como sesmaria ao Sargento-Mor Francisco José da Rocha Medrado. O primeiro colonizador a se instalar no lugar foi o Tenente Manoel Lourenço Pinto, na primeira metade do século XIX. Porém, o fato decisivo de povoação e criação do município foi a descoberta de diamantes, principalmente no rio que divide a cidade, no ano de 1845.
Com a chegada de grande número de pessoas em pouco tempo, a habitação foi improvisada com os tecidos de algodão que serviam para confecção de sacos e de roupas para os garimpeiros, e assim, quando o gado dos criadores que estavam no São João vinha até a serra do Botelho, dali os vaqueiros avistaram o "acampamento" de garimpeiros que aparentava lençóis estendidos, dessa visita surgiu o nome da povoação.
Lençóis recebeu gente de toda parte, foi um caldeirão de fusão cultural, chegaram as companhias de mineração e foi estabelecido o comércio com a Europa. Dos seus fundadores destacaram-se o Comendador Botelho, o Major Cândido Leão, Dona Ritta Zama (esta mãe do médico e político César Zama), o Comendador Antônio Spínola (este avô do educador Anísio Teixeira) e o Coronel Felisberto Augusto de Sá – Pessoas que exerceram influência na formação da cidade e que repercutiram direta ou indiretamente no cenário da história do Estado.
Lençóis no passado foi palco da aristocracia do diamante, foi caldeador dos nagôs, mineiros, baianos e tantos outros em um povo, um povo lençoense, foi lugar onde homens e mulheres tiveram a sorte de viver da sorte nem sempre afortunada, mas que criava a sensação que a liberdade existia no velho sonho do garimpo, no velho bambúrrio que tão velho era tão rápido, que no garimpo saltava e já saltava na mão do comprador, e este, o comprador, fazia o bambúrrio saltar nos dedos e nas jóias ou nos tesouros Brasil e mundo a fora, mas, quase sempre, o bambúrrio rendia verdadeiros festivais na boêmia Rua das Pedras.
Depois de fortes crises econômicas o município tornou-se indutor do turismo para a região e até mesmo para o Brasil, agora, com 166 anos da Lei 604 de 18 de dezembro de 1856 (lei que desmembrou o território e criou o município), tombada pelo IPHAN como patrimônio nacional, com parte do seu território participando do Parque Nacional da Chapada Diamantina, com a Festa de Senhor dos Passos (Padroeiro dos Garimpeiros) prestes a receber os títulos de patrimônio imaterial nacional e estadual, Lençóis ainda é palco, continua rendendo grandes destaques ao cenário estadual e nacional.